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O manual ISA e o questionário ISA para a autoavaliação do risco de reincidência foram introduzidos na Itália pela organização Differenza Donna por meio de um projeto Daphne de 2008.

Graças ao projeto europeu FuTuRE (Fostering Tools of Resilience and Emersion of GBV with intersectional perspective), em 2023, a Differenza Donna atualizou o manual e o questionário ISA para levar em consideração as evoluções mais recentes da violência masculina contra as mulheres em relacionamentos íntimos, bem como as diversas formas de violência e discriminação às quais as mulheres podem estar sujeitas. O manual e o questionário ISA estão agora disponíveis em formato digital e impresso, traduzidos em 15 idiomas, com a Comunicação Aumentativa Alternativa e Facilitada.

A violência de gênero contra as mulheres é reconhecida pela Convenção do Conselho da Europa sobre a prevenção e o combate à violência contra as mulheres e a violência doméstica (a seguir, Convenção de Istambul), como uma violação dos direitos humanos e "uma manifestação das relações de poder historicamente desiguais entre os sexos, que levaram à dominação das mulheres e à discriminação contra elas pelos homens, impedindo sua plena emancipação".
Mulheres de todas os níveis sociais e culturais podem estar sujeitas a sofrer violência em qualquer país do mundo. O fenômeno é bastante difundido, embora a sua verdadeira extensão seja desconhecida.
A forma mais comum de violência de gênero contra as mulheres é a chamada violência doméstica, expressão que se refere a todos os atos de violência física, sexual, psicológica ou econômica que ocorrem dentro da família ou do núcleo familiar, entre cônjuges ou parceiros atuais ou anteriores, independentemente de o autor desses atos compartilhar ou ter compartilhado a mesma residência com a vítima (Convenção de Istambul, Art. 3).
A violência sofrida pelas mulheres em relações íntimas, perpetrada por seus parceiros ou ex-parceiros, é uma forma difundida de violência que destrói os sentimentos de amor, confiança e autoestima, com importantes consequências negativas para a saúde física e psicológica.
Para as mulheres, é difícil reconhecer imediatamente a violência, especialmente aquela exercida em suas formas mais sutis, e muitos comportamentos violentos são minimizados, normalizados e justificados, devido à aceitação social generalizada da violência. Reconhecer a violência é fundamental para poder identificá-la e dar-lhe um nome, para identificar os fatores que a caracterizam e prevenir a sua escalada.
Quando a violência está disfarçada pela suposta paixão, pela sensação de segurança proporcionada por um relacionamento, ou quando há pressões sociais, culturais, religiosas ou familiares, pode ser ainda mais difícil reconhecer a violência como tal.

É fundamental criar consciência, pedir ajuda e apoio. Mas como?

Esse breve guia e o questionário ISA que você pode preencher por conta própria podem te ajudar. ISA significa Increasing Self Awareness, ou seja, aumentar a conscientização sobre o que está acontecendo. 

O ISA é útil para entender:

- O que está acontecendo na sua relação atual (com o parceiro) ou na anterior (com o ex-parceiro) e na qual você não se sente livre para escolher;
- Qual é o nível de risco de o seu parceiro ou ex-parceiro cometer novamente violência contra você e se é apropriado buscar ajuda ou continuar o processo de apoio que você iniciou.